quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Entendendo as engrenagens do comando de válvulas


As engrenagens de comando são selecionadas de acordo com a tangente do diâmetro primitivo da engrenagem do virabrequim na forma de incrementos de 0,10mm. Isto é necessário devido a diferenças na usinagem dos assentos de bronzinas do virabrequim e comando de válvulas. Estas diferenças ocorrem tanto em motor novo quanto em remanufaturados., devido ao aquecimento dos mancais da mandriladora,desgaste da ferramenta e à própria centralização da barra quando ajustada para um novo lote de usinagem. As engrenagens são numeradas de -7 a +7.

Uma boa maneira de verificar se a engrenagem escolhida é a correta para uma determinada montagem é não permitir folga ou pressão excessivas sobre a engrenagem do virabrequim.

Montando-se comando e virabrequim sobre os mancais em uma das metades da carcaça e virando o virabrequim no sentido anti-horário, o comando deve manter-se no seu mancal ou tentar a pular fora. Se ao apoiar com os dedos o mancal do comando contra a bronzina, e este deixar de apresentar esta tendência de pular fora, a engrenagem em teste é a correta.

Caso contrário, se com esta ligeira pressão o comando ainda “tentar” sair do seu alojamento, a engrenagem está muito apertada. Deve-se selecionar uma engrenagem com o “número” menor, e refazer o teste.

Se durante o teste de “pressão” exercida no mancal ao lado do volante ocorrer uma batida no movimento do comando sobre o virabrequim, então a engrenagem está folgada demais e vai produzir ruído desagradável no funcionamento normal do motor.

Para este teste pode-se fazer uso de comandos usados em bom estado, encontradas em oficinas, ou retificas, e selecionar as que apresentam-se levemente apertadas. A partir daí, adquirir o comando com o número selecionado. É possível acamar a engrenagem nova à do virabrequim com o auxílio de pasta de assentamento de válvulas. Para isto deve-se montar o conjunto em bronzinas usadas em bom estado, com pouco desgaste e acionar o conjunto com o auxílio de motor acoplado.

A fixação da engrenagem pode ser por rebitagem original ou por meio de parafusos (M8 ou 5/16”) e cola anaeróbica (tipo Loctite) com arruelas dentadas para prevenção de soltarem-se. A engrenagem deve ser rebaixada de modo a que os parafusos aplicados passem livres pela bomba de óleo. O torque a ser aplicado nos parafusos deve ser de (20-=22 ft.lb). O assentamento pode ser aplicado a engrenagens novas, ou usadas. A usinagem da engrenagem e do comando para a colocação de parafusos deve ser preferencialmente ser feita em empresa equipada de tecnologia e ferramental específico. Como condição primordial, é importante que não se use graxa na montagem das peças do motor. Deve-se fazer o uso de óleos ou aditivos tipo B12 ou GM.

Fonte: Catálogo de comandos SOBE

Nenhum comentário:

Postar um comentário